sexta-feira, 4 de abril de 2008

A olhar para trás não se anda para a frente?

Nunca liguei muito a ginástica. Aliás, passei todo o secundário a escapar-me a educação física à conta de uma asma, que no fundo servia era de desculpa para ir socializar mais cedo e evitar o embaraço que seria conhecer (e conhecerem-me) os coleguinhas de fato de treino. Sim, porque nos anos 90 não havia a roupa de desporto que agora há e sinceramente calças largas, cinzentas claras e apertadas no calcanhar nunca me favoreceram...

Já no que diz respeito a ginástica mental, isso sim, sempre foi o meu forte. Lembro-me até que houve uma fase em que conscientemente exercitava a minha memória, enumerando cronologicamente todos os acontecimentos do Verão. Resultado? Tornei-me na "maior" das datas e ainda hoje consigo saber exactamente o que aconteceu no dia 18 de Dezembro de 92, o que vestia na festa dos 16 anos, a que horas comecei o meu primeiro estágio, qual foi a última vez que fui a determinado sítio, o que comi há três semanas, os aniversários até de pessoas que não me dizem nada, a frase que um entrevistado me disse há seis anos em Paredes de Coura, and so on, and so on... Ou seja, no fundo ocupo o meu cérebro com as mais variadas efemérides pessoais, umas totalmente inutéis, outras nem tanto, mas todas elas confesso, me dão imenso prazer. Vão bem em qualquer discussão e complementam na perfeição a frase "Tens razão" que tanto aprecio;P

O pernicioso da questão é que efectivamente tenho mesmo tendência a não deixar nada para trás e contrariamente ao ditado "recordar é viver", nos últimos dias tenho-me perguntado se no meu caso, recordar não me está a impedir de avançar. Será que resulta se me virar de costas?

1 comentário:

Anónimo disse...

fazes bem! assim com essa ginástica vais afastando o alzeimer lá mais para os 90!