Em total oposição às 24 horas quinzenais que por motivos profissionais passo a Sul, vir a Faro desfrutar de momentos de puro lazer dá tempo para tanto, que até foi possivel abrir a janela, olhar o final de tarde no céu e pensar. E pensar, raras vezes é bom.
Desde que me lembro sempre ouvi falar nas dores da adolescência, no quão difícil é ver o corpo mudar, ter complexos por tudo e por nada, tentar a integração num grupo, a afirmação como pessoa. Mas já repararam que as dores de entrada na idade adulta são totalmente desprezadas? É certo que uma ou outra borbulha, uma ou outra desilusão, excesso ou falta de protuberâncias, são nessa altura extremamente difíceis de encarar, mas sinceramente acho a adolescência pêra doce quando comparada com o verdadeiro crescimento. Abandonar o momento em que podemos ser tudo para interiorizarmos que é isto, que já está,que se calhar não vamos ser mais nada, dói. Dói muito. E não me não me interpretem mal. Gosto hoje muito mais de mim do que quando tinha 16 anos, mas a verdade é que não tive de fazer grande coisa para ultrapassar adolescência. Bastava-me ser e era feliz.
Basicamente, na adolescência se quisesse enganar o porteiro da discoteca da moda era vestir um trapinho melhor, sorrir e esperar pelo aceno. Agora, sinto-me constantemente à porta da discoteca da idade adulta. E ainda não consegui entrar.
segunda-feira, 24 de março de 2008
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1 comentário:
Descreveste perfeitamente o que sinto quase todos os dias (e olha q aposto q essa discoteca é o JAMAICA:P)
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