O dia em que fiz 30 anos...

Antes de mais admito. Não escrevi este texto hoje. Não seria capaz e sinceramente nem teria vontade. Quero viver o dia pelo prisma da alegria e pensar raramente ajuda...

Adoro fazer anos. Desde que me lembro é o meu dia preferido entre todos os outros dias do ano. O dia 4 de Dezembro . O meu dia. O dia que não me canso de gritar ao mundo.
Este ano não é excepção. Continuo a vivê-lo como uma criança. Ansiosa pelas surpresas, curiosa pelas demonstrações de afecto, nervosa com os preparativos, feliz pela atenção. A única diferença? Faço trinta e já não posso mais fugir à evidência. Diz-se por aí que passo a ser oficialmente adulta.

É um dia como os outros é certo. Uma data marcada no calendário. Mas a vida é mesmo assim, feita de datas, de momentos, de rituais de passagem. E é duro lidar com este em particular. Porquê? Porque custa crescer. Custa ter trinta. Custa imaginar-me assim porque simplesmente nao me vejo assim. Ontem chorei como se não houvesse hoje. Como se o passar de década me desprovesse do que sou. Como se me impedisse de ser o sempre sonhei. Esse é aliás o problema. A vida aos 30 tem apenas algumas semelhanças com a que idealizei aos 15. E não que isso seja mau, mas simplesmente é diferente.

Vou ter muitas saudades dos vintes. Tal como sinto saudades da infância e da adolescência. A parte boa? Se bem me conheço também vou sentir saudades dos trintas, dos quarentas e por aí adiante... Afinal, eu até já sinto saudades de hoje...